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Sergipana ajuda brasileiros a saírem da Ucrânia


 Uma sergipana que mora na Polônia está ajudando brasileiros a saírem da Ucrânia, país que está sob ataque da Rússia pelo sexto dia, nesta terça-feira (1º). Ela faz parte de um grupo de voluntários com cerca de 30 pessoas que já auxiliaram mais de 120 outras a cruzarem fronteiras em campo e através das redes sociais.

A psicanalista Mary Elaine mora na cidade de Zgorzelec há dois meses e está tendo como principal tarefa buscar e traçar rotas seguras diariamente, além de reunir mais voluntários.

Ela explicou que, por questões de linguagem e familiaridade, os brasileiros não conseguem ter dimensão do perigo da mesma forma que os ucranianos.

“Os brasileiros nem sempre conseguem entender o que está acontecendo do lado de fora, se tem tropa, se vai conseguir sair. Além disso, as pessoas acabam se combatendo entre si, porque elas querem sobreviver. Se tem um ônibus lá e a maioria é ucraniano, eles [os brasileiros] não conseguem entrar. A guerra sai do âmbito da bomba, do tiro, do canhão e passa a ser por sobrevivência”, disse.

“A pessoa consegue se conectar com a gente [através das redes sociais], pra saber qual a localização, entender se tá segura, se tem remédio, se tem criança, se tem bunker [abrigo subterrâneo]. Se está numa zona de combate, não posso mandar ninguém resgatar naquele momento, tenho que traçar uma rota alternativa", explicou.

A busca pela rota é feita com a ajuda de outros cinco voluntários em campo, espalhados por outros países. Fronteiras com a Eslováquia, Maldóvia e Romênia são algumas para onde os brasileiros já foram enviados.

“Até que ela chegue na fronteira, preciso dar todo o suporte de forma remota, conectando meu voluntário, porque preciso saber quantas horas ele vai precisar pra chegar e se a fronteira mais próxima está sendo possível de atravessar”.

De acordo com a sergipana, os próprios voluntários que oferecem as caronas enfrentam desafios como serem barrados por ucranianos.

Ao chegar à fronteira, os desafios seguem e o suporte também. “Nosso último resgatado demorou quase três dias para conseguir chegar próximo do portão para carimbar, passar e sair”.

Após atravessar, outros voluntários oferecem abrigo e suprimentos. “Quando a pessoa sai da Ucrânia, ela perdeu tudo, não tem mais nada. Sobram ali as pernas dela pra se mover e a insegurança. Depois que cruzam a fronteira, ainda estão em um momento de conseguir perceber que deu certo. Fornecemos abrigo, alimento, serviço de internet, passagens de ônibus, psicólogos, para tentar aliviar um pouco o pós-trauma”.

Fonte: G1 Mundo.

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